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03/04/2013 O tempo não para. E nem espera!


Luiz Otavio Nascimento
Tic-tac. Tic-tac. O relógio da vida avança inexoravelmente, mas poucos gestores têm a competência de abstrair e entender que o futuro se forma a cada segundo, mudando a situação atual. Ele não é constituído num único instante, e sim moldado continuamente. A observação atenta certamente levará ao seu conhecimento e à antevisão de sua real dimensão, permitindo o preparo com antecedência das empresas, diminuindo suas incertezas e os riscos associados. E, dessa maneira, poderá haver o seu total aproveitamento e a constituição de vantagens competitivas.
 
Neste momento no Brasil, se vive o chamado “apagão” de mão de obra, ou seja, faltam recursos humanos para fazer frente às demandas surgidas ainda com um baixo crescimento econômico. Estima-se que somente no setor de Tecnologia da Informação existe uma carência de 90 mil profissionais.
 
Por sorte de muitas empresas, e azar da maioria da população brasileira, Guido Mantega – o real gestor da economia nacional desde janeiro de 2010 – não tem a competência de um Henrique Meirelles ou de um Pedro Malan, e colocou à deriva o nosso desempenho econômico. Presenciamos a volta da inflação e a queda dos investimentos. Seu repertório de decisões se restringe a medidas temporárias de suspensão de IPI de certos produtos e a desoneração da folha de pagamento de alguns setores.
 
Suas previsões são desastrosas. Seu método parece ser o de tentativas e erros. Todavia, se ele vier a acertar uma dessas tacadas ou, então, for trocado por alguém um pouco mais capaz, todos verão o exato tamanho do nosso “apagão”. Mas, aí será muito tarde para a maioria das empresas.
 
Há muitos anos coloquei no meu escritório a seguinte frase: traga-me um problema com antecedência, e você encontrará em mim ajuda para solucioná-lo; traga-me um desastre já acontecido, e você encontrará em mim o seu juiz.
 
Usando os conceitos até aqui mencionados, podemos dizer que o setor de TI tem um grande problema, pois o “apagão” está aumentando as suas já enormes dimensões com trágicas consequências. E como os gestores estão preparando suas empresas para enfrentá-lo?
 
A maioria das empresas de TI que conheço tem somente DP (Departamento de Pessoal). Não possuem um GESTOR (com todas as letras maiúsculas) de Recursos Humanos que possa entender o seu atual clima organizacional e propor mudanças rápidas e eficazes, que construa um excelente ambiente de trabalho, onde todos saibam o que precisam fazer para ganhar mais. Crescer pessoal e profissionalmente. Ser empreendedores. E até mesmo tornarem-se sócios do negócio.
 
Serão necessárias ações drásticas de mudança na gestão dos recursos humanos, sob pena de perda de talentos para os departamentos de TI de empresas de outros segmentos, como o bancário e o industrial, ou, então, para start-ups que oferecem o sonho de ser dono do seu próprio negócio.
 
Também por sorte das empresas, a miopia é maior nos sindicatos. De modo geral, eles estão cegos para o momento que vivenciamos. Preocupam-se em disputar e recolher as contribuições sindicais, ao invés de lutarem por melhores condições de trabalho para seus associados e inibirem a entrada desenfreada de mão de obra estrangeira, sem qualquer contrapartida de seus países de origem.
 
A boa notícia é que ainda há tempo. Mas, cuidado! O próximo tic-tac que você ouvir poderá ser o barulho final desta bomba-relógio.

Luiz Otávio Nascimento - LON
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